11 dezembro, 2010

lágrimas da saudade

Confesso que fiquei surpresa com sua carta, ainda mais quando percebi que tudo ali era sobre sentimentos, sobre os teus sentimentos. E eu que um dia cheguei a duvidar que você realmente tivesse algum.
Porque me escrever apenas agora, quando as verdades sinceras de um coração arrependido já não podem mais mudar o fim? Porque me contar sobre as suas lágrimas de saudade que enfim caíram?

Se preferir eu posso te mostrar, e sem muito esforço você poderá ver o caminho que elas fizeram em meu rosto. Está tudo tão marcado.

Na verdade se tornou tão comum, elas viam me visitar toda noite em que a saudade gritava teu nome.
Jura que nunca escutou? Era tão ensurdecedor pra mim.
Mas depois de um tempo meu coração ficou cansado e pediu para que elas não voltassem...
Elas obedeceram, mas é claro que uma vez ou outra ainda aparecem para matar a saudade, assim como você costumava fazer, lembra?

Eu sempre pensei em te contar sobre elas, em como elas podem ser terríveis e ao mesmo tempo podem ser tão aliviantes e libertadoras de você...
Mas sempre preferi o silêncio, acho que no fundo receava que você não me entendesse mais uma vez.
Bom hoje você sabe como é esta sensação, e não posso negar, estou feliz por isso.

Quer saber? Estou muito feliz.
Feliz o bastante para te aconselhar: pare de evitar, deixa elas virem correndo, vai ver o bem que faz.
Não feche seu coração, pois corre o risco de prende-las e isso a longo prazo se torna sufocante.


Ah, e espero que elas tenham te dado o beijo que mandei na madrugada solitária.

Com muito carinho, L.

2 comentários:

  1. É engraçado como as pessoas gostam de voltar depois de tanto tempo... e como as legrimas confortam tanto depois de tempos...

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  2. é aquele carma de só dar valor quando se perde, só pode!

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